quarta-feira, 13 de março de 2013

Relembrando...


Busca no tempo

Estudo e reflexão como base de construção da realidade existencial na busca do desenvolvimento integral do ser, integrando-se ao meio nas dimensões pertinentes a sua situação cósmica.

A libertação dos fundamentos e dos princípios que até o momento nortearam o processo evolutivo passa a constituir atitude essencial e primeira a quem visa ampliar o campo de percepção do Universo natural onde existe, como constituinte e participante.

Conscientizar-se dos valores reais daqueles princípios e fundamentos, em vez de desprezá-los simplesmente – a despeito da real impossibilidade de fazê-lo – dentro do processo de assimilação e aprendizado, deve ser a iniciativa do indivíduo equilibrado e já desperto pelo magnetismo do Poder Criador, com as sementes do saber em germinação.

A busca requer um selecionamento com critério e discernimento, distantes do preconceito e dos ditames do tabu, em meio à infinidade de informações, descobertas, doutrinas filosóficas e conceitos religiosos, evoluções científicas e metafísicas, campo fértil e rico de preciosidades aguardando o hábil buril ou cinzel para a estética e o brilho das pérolas de luz.

Ser capaz de viver em equilíbrio no campo de forças que é o habitat de cada um e, ainda mais, fora dele, nas oportunidades de expansão no espaço e no pensamento, demanda aprendizado e adaptação. Isto para quem vive passivamente, pois para o ser criativo, dinâmico, pesquisador, descobridor – características próprias do homem – o processo extrapola os limites da adaptação e leva-o a utilizar os recursos a seu dispor, por meio da percepção e da análise, exercícios de aplicação de teorias e conceitos, formulação de leis e normas de comportamento que o farão evoluir nos variados campos de abrangência do espírito: a moral, a ética, a ciência, a religião.

O princípio fundamental é desenvolver o método da adaptação, do aprendizado e da evolução. No período que compreende a infância e a adolescência, o homem sofre este processo naturalmente, sob as influências do meio físico, social e psíquico, numa interação da própria personalidade espiritual definida para a nova experiência na matéria, ocorrendo a troca constante dessas influências na delienação da personalidade e do caráter resultantes.

Luiz Teodoro – 1994 (num exercício com as ideias)



Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? 

Caminhando lentamente, movido pelo impulso de ir sempre em frente.
De modo espontâneo ou, quase sempre, na compulsão de forças desconhecidas, vencido ou vencedor, paulatinamente se vai construindo a história.

Sem uma situação definida no tempo e no espaço, quantas vezes não foi preciso voltar, perscrutando referências nas lucubrações e reminiscências, ou na própria história: ciência, religião, filosofia, qualquer instrumento que deixasse antever a origem para descortinar o fim.

No misto de curiosidade e medo, mergulhando no desconhecido, da observação à sensação, nem sempre eram as respostas, mas o desequilíbrio que vinha retardar a marcha. De engano a engano, acertos raros, ansiava pela claridade exterior, na aventura de conhecer, esquecendo, contudo, de acender a própria luz.

O Universo sem limites, certamente, contém aqueles que nos precederam e que foram mais bem-sucedidos. Deles se pode absorver o brilho de saber e conhecer. Empreender a viagem ao interior, sob o clarão da luz que desprendem, enseja
probabilidade maior de consciência.

É preciso estimular o intelecto a partir da teoria, da prática e da estética, investigando no uso da razão em harmonia com o sentir, sintetizando o equilíbrio de ambos, destilando a sabedoria, sob a tutela da espiritualidade – eis a fórmula para equacionar os enigmas da realidade e responder ao anseio de viver.

Mas o ser não é só. Interage, influencia e reage. Informa-se, se comunica e se forma. Ações individuais e coletivas que requerem sinergia e harmonia com a regência cósmica.

O ego e o alter, vencendo a antagonia, devem convergir para o equilíbrio do indivíduo e o Todo. O indivíduo no Todo.

Devo seguir. Participando. Dando e recebendo. Trabalhando e construindo. Errando e acertando. Investigando e conhecendo. Servindo e amando. Sempre. Até que consiga fechar o círculo, unindo o princípio e o fim. E ser feliz.

                              Luiz Teodoro – São Paulo, 20 de março de 1998.