quarta-feira, 9 de março de 2016

Salvação, redenção... ou educação?


            Desde tempos imemoriais até os dias de hoje, nossas religiões pregam à Humanidade a salvação da alma ou espírito como a meta final.
            De que modo, porém, podemos entender isso?
            Salvar traz implícita a ideia de algo ou alguém que está condenado ou exposto a uma situação de alta periculosidade, sem recursos próprios para escapar. Um prédio em chamas, um tsunami, um terremoto, uma epidemia, uma guerra, um cativeiro...
            Será mesmo esse o nosso caso?
            Será ainda o pecado original de nossos ancestrais, os quais nunca conhecemos? Nesse caso, não poderiam eles ter sido alvo de compaixão, misericórdia, perdão, mesmo após tanto tempo, mesmo se considerarmos a ignorância, a inocência?
            Não posso acreditar que Deus, em sua absoluta sabedoria, bondade e amor, nos tenha criado simples e nos colocado numa situação dessas... e, incoerentemente, depois, muito tempo depois, resolvido enviar ao planeta “seu único filho”, submetendo-o aos piores flagelos, ao sacrifício até a morte, para nos resgatar!
            Quando enviamos nossas crianças à escola e exigimos delas que estudem, que restrinjam seu tempo de folga e brinquedos, que renunciem a diversões e prazeres, que obedeçam a regras e respondam por seus atos, não as estamos condenando ao sofrimento, ou castigando-as por não serem como gostaríamos que fossem, mas preparando-as, educando-as, direcionando-as para um futuro melhor, com mais conforto, bem-estar e felicidade!
            A criança, por ser simples e ainda ignorante, não compreende nossos planos; se a amamos, contudo, confiará em nossos propósitos.
            Os pais perdoam, renovam as chances e oportunidades, insistem, sofrem com a displicência ou o comodismo dos filhos, com seus desvios e teimosia; se os amam, no entanto, não os abandonam, não desistem.
            Se os humanos, imperfeitos, degredados filhos de Eva, agem dessa maneira, que poderíamos esperar de Deus? Se cremos nele a inteligência suprema, o infinito amor?
            Certamente, nossos conceitos e entendimento acerca da vida e do projeto divino para a Criação carecem de mais cuidadosa análise e discernimento.
            As religiões se narcisaram. Esqueceram-se de que também elas envelhecem e, a menos que acompanhem o processo de evolução, atualizem seus conceitos, desapeguem-se dos velhos dogmas e compatibilizem suas estratégias de comunicação com a nova aptidão intelectual de nosso tempo, estarão fadadas a apenas compor os arquivos da História, cedendo o lugar aos novos faróis que reflitam com mais intensidade a luz do verdadeiro conhecimento que se aproxima, irrefreável, desvendando os segredos da natureza humana e divina, sem “mistérios”.
            O planeta é nossa escola, sem dúvida! O lugar onde aprendemos, realizamos exercícios e provas, e somos submetidos a exames ao final de cada vida.
            O currículo é extenso, com matérias inegavelmente difíceis: humildade, tolerância, perdão, paciência, renúncia, solidariedade, cooperação... amor!
            Recursos em abundância, porém, não nos faltam. Fontes, as mais diversas, estão ao alcance de qualquer nível de entendimento. Mestres em todos os tempos, nos ensinando na prática – o maior deles, Jesus, além do ensino, dedicou toda a sua vida a nos servir de modelo!
            O livre-arbítrio nos permite ficar em DP – uma, duas, quantas vezes quisermos –, mas teremos que capitular. Prosseguiremos com o curso, porém teremos que resgatar o aprendizado que menosprezamos, pagando o preço justo pelo tempo desperdiçado; sendo os mais renitentes submetidos a provas mais difíceis.
            A meta final é a perfeição = a felicidade.
            Não há pressa. A eternidade se renova a cada dia. A misericórdia do Criador também!


                                                                    Luiz Teodoro – março de 2016

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

A vida é feita de mudanças.


A vida é feita de movimento, de mudanças.
Tudo muda. Um segundo passa e nada é mais como antes. Assim é na Natureza, assim é com cada um de nós, dia após dia.
Nada se perde, tudo se transforma, num eterno movimento.
No extenso laboratório natural a matéria se decompõe, se agrega e dá origem a outras formas. As plantas, dotadas do princípio vital, se desenvolvem executando o plano genético que lhe foi destinado e cumprindo sua função na composição e manutenção da vida no planeta. Os animais, então num grau superior, ensaiam com sua inteligência rudimentar estratégias para definir e perpetuar sua individualidade.
E nós, ainda arraigados a toda essa experiência multimilenar, muitas vezes expressando comportamentos apáticos do vegetal ou impulsivos do instinto da brutalidade, pelo menos já desenvolvemos sentimentos e somos capazes de elaborar códigos de conduta, direito e ética, vislumbrando um futuro próximo em que a vida será guiada pelas virtudes, estabelecendo um mundo de fraternidade e paz.
É a Lei do Progresso que, por meio das mudanças, das transformações, estimula e compele o espírito a exercitar a inteligência para seu desenvolvimento e sua perfeição.
Parte dessas mudanças somos nós que determinamos, por nossa iniciativa ou em decorrência de nossas escolhas. Por essas somos os responsáveis, e inevitavelmente afetados por seus resultados, sejam eles positivos ou negativos.
Há, porém, aquelas que ocorrem independentemente de nossa vontade, e muitas vezes de modo inesperado ou contrário a nossos desejos e anseios. Por essas responde a vida, de acordo com o plano individual ou coletivo preestabelecido. É o rumo sendo corrigido, são arranjos visando à reciclagem, à conscientização, ao aprendizado,
à conquista de novos conhecimentos.
Tanto umas como as outras dão origem ao movimento constante da vida, obedecendo às Leis Universais. Com essas mudanças aprendemos, descobrimos, criamos, reciclamos e tornamos a aprender. Se elaboramos e executamos projetos que nos promovam no processo de crescimento, somos agraciados por novas oportunidades, ampliando nossa autonomia; se nos acomodamos ou persistimos em rota divergente, a Lei se encarrega de interferir, provocando nossa reação e nos dando outros direcionamentos.
Um simples olhar às experiências por que passamos comprova esse mecanismo natural, cujo único propósito é nos impulsionar ao desenvolvimento integral, tanto no âmbito material como no intelectual e no moral.
Compreender esse processo, seguramente, vai modificar nosso modo de perceber os acontecimentos que nos envolvem no dia a dia e
a nosso redor. Teremos mais serenidade e confiança ao nos depararmos com as mudanças que vêm de encontro a nossos planos ou que afetam nossa relativa estabilidade emocional, pois estaremos seguros de que constituem estratégias de execução do Plano Maior da Vida visando a melhores resultados.
Constituímos uma Humanidade heterogênea, como resultado das múltiplas e diversas experiências por que passamos, e a partir das escolhas que fazemos. De posse de avançados recursos da inteligência, nos distanciamos cada vez mais do comportamento padronizado que é comum aos reinos vegetal e animal, exercitando a individualidade e desenvolvendo a capacidade de autorrealização, tornando-nos assim os autores de nossa história de perfeição.
É imprescindível, porém, que compreendamos essas Leis e vivamos em sintonia com elas. E para isso são indispensáveis o estudo,
a pesquisa e a reflexão que nos levem, primeiro, ao autoconhecimento e, depois, à iluminação.
Ao tomarmos consciência de quem somos e da condição em que estamos, vamos trocar os vícios pelas virtudes e direcionar nossa conduta para metas e objetivos em harmonia com a Sinfonia Universal, sob a regência do Maestro responsável por nosso planeta, que pacientemente nos ensina as notas e os acordes para no futuro executarmos juntos as melodias da grande festa em celebração à nossa felicidade.
 Vale a pena pensar a respeito.


                                                   Luiz Teodoro – setembro de 2015

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Casamento e separação

O casamento – em todos os seus formatos de hoje, como união temporária ou estável –, tem aspectos interessantes sobre os quais é importante refletir.
         A primeira ideia, claro, é de união: estamos sempre buscando uma parceria especial para compartilhar a vida a dois, naquilo que não podemos dividir ou somar com nossos pais, irmãos, parentes ou amigos. Intimidades... certas intimidades.
         É claro também que não queremos perder as experiências positivas que já temos com as pessoas com quem convivemos: a atenção e os cuidados da mãe, a segurança e a proteção do pai, a conivência e a cumplicidade da irmã ou do irmão... outras intimidades, como o afeto, o carinho, o aconchego de um lar.
         E aí surge a outra ideia: a de separação. O casamento implica de imediato uma separação, um afrouxamento ou mesmo um rompimento de uma série de laços que já tínhamos, e que também outras pessoas usufruíam, mas que desejamos intensamente buscar e encontrar em outro lugar, em outra pessoa.
         Um estranho paradoxo, não?
         Não deveria ser, no entanto.
         O fato é que investimos quase tudo em um projeto de alto risco, e comprometemos o capital afetivo e emocional nosso e de quantos participavam de nosso círculo doméstico.
         Ou alguém poderia contestar essas perdas? Muitas até irrecuperáveis!
         Vale ressalvar logo que, nesta análise, não se trata de castrar o impulso natural que nós, com algumas poucas exceções, sentimos para a independência, a emancipação, a realização de um projeto próprio que nos perpetue – aquela clássica fórmula de plantar uma árvore, escrever um livro e ter uma prole... E que este plano, como qualquer outro empreendedorismo, pode nos levar ao desenvolvimento e ao bom-sucesso, tanto individual como coletivo. A questão é o modo pelo qual ocorre a iniciativa e se realiza o processo.
         É mister que a pessoa atinja um razoável grau de amadurecimento emocional, afetivo, para que esteja capacitada a estabelecer com responsabilidade um consórcio de vida compartilhada a dois.
         Sem essa condição, certamente irá aumentar o espantoso número das estatísticas relativas a separações e divórcios, com todos os tipos de implicação e prejuízo aos indivíduos, à família e à sociedade. Segundo o IBGE, de 2006 a 2011, o número de divórcios no Brasil cresceu 75% – sem contar as dissoluções de uniões não oficiais.
         Há diversos motivos que levam as pessoas a buscar e constituir uma parceria conjugal. Infelizmente, muitos deles não pressupõem o comprometimento e a responsabilidade, apenas a procura de satisfazer um ego carente e egoísta. Aquela velha concepção de extrativismo: procura-se no outro aquilo de que precisa para o preenchimento de suas carências e necessidades sem se preocupar com a justa contrapartida. Ou o fenômeno comum da projeção e transferência: a pessoa idealiza na outra atributos e qualidades que esta não possui, os quais depois, injustamente, vai cobrar dela e se decepcionar por não ser atendido.
         Os dotes estéticos, a química e o prazer são ingredientes importantes na hora de decidir pelo casamento, mas há outros ingredientes que são essenciais para a saúde e a manutenção de um bom relacionamento. Afinal, não somos apenas um organismo fisiológico complexo, somos dotados também e principalmente de sentimentos, inteligência, razão e sensibilidade. É bom pensar nisso.

Luiz Teodoro – 16 de julho de 2015

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A vida segue um plano


       Relendo A Cabana, de William Paul Young, voltaram a minha mente antigas reflexões e assomaram outras novas, confirmando o fato de que ler é essencial a nossa vida, não apenas como terapia, mais ainda como fonte de informações e esclarecimento, nos permitindo ultrapassar nossos limites e ampliar nossos horizontes, e contribuindo para o rompimento de preconceitos cristalizados ao longo de nossa história.

       Crer em Deus, como o Criador, a causa primária de todas as coisas, a fonte de todo o amor e sabedoria, implica acreditar também em uma série de princípios, fundamentos sem os quais não se pode compreender e sustentar essa fé.

       Sob esse ponto de vista, é inconcebível pensar que a Criação não seja um projeto divino – portanto, absolutamente perfeito, infalível – abrangendo todas as criaturas, com um objetivo predeterminado e com todos os recursos necessários para sua realização. A simples contemplação da natureza, a investigação e o estudo das ciências, incluindo a filosofia, a psicologia e a religião, e tantos outros recursos da inteligência, além da fé, nos levam a crer que o homem constitui, pois, apenas uma parte, ou um estágio, desse projeto.

       “Sede perfeitos como vosso pai é perfeito.” – Jesus (Mateus, 5: 48)

       Por diversas vezes, Jesus se referiu a nosso destino como sendo a perfeição, a felicidade, a bem-aventurança, a liberdade. Em última análise, todos esses conceitos têm o mesmo significado, pois nenhum exclui o outro; ao contrário, seremos felizes na proporção em que nos aperfeiçoarmos, nos tornarmos livres, sentindo-nos bem-aventurados.

       Compreender o Plano Divino para sua Criação e os meios pelos quais realizá-lo constitui, naturalmente, nossa principal preocupação, e a razão de existirem milhares de religiões em nosso planeta, cada qual com suas particularidades teológicas e filosóficas, estabelecendo conceitos e regras, criando pastores e disputando rebanhos.

       O projeto divino, no entanto, é singular e traz intrínsecas as leis universais, perfeitas e imutáveis. Por isso, essas leis estão acima de quaisquer interpretações, ideologias e conceituações de qualquer natureza, cabendo a nós conhecê-las e segui-las, por mais tempo que isso demande, individual e coletivamente.

       A Química, a Física, a Biologia, a Astronomia, é certo, muito contribuem para desvendar os segredos da Natureza e, assim, acabam por também revelar a obra do Criador. Outros ramos da Ciência, como a Filosofia, a Sociologia e a Psicologia vão além, estudando a mente, o psiquismo e o comportamento. As religiões têm um papel importante enquanto buscarem os meios de direcionar o homem para a vida em sintonia com as leis divinas, mas lamentavelmente se equivocam quando se julgam detentoras da verdade ou se desviam de seus objetivos morais e espirituais e se corrompem pelos interesses materiais. “Fora da Igreja não há salvação” , “Fora da Bíblia não há salvação” são lemas que há muito não mais correspondem aos níveis de consciência já alcançados e propagados ao longo da história de nossa Humanidade.

       A globalização chegou em tempo para revolucionar o pensamento e generalizar o conhecimento. Ao provocar o contato com as diferentes culturas, especialmente nos aspectos filosóficos e religiosos, promove ajustes e avanços no grau de compreensão da vida e no processo de nossa evolução moral e espiritual.

       Esse fenômeno, da globalização, não se deve ao acaso, e sim constitui um dos exemplos de ação superior que supervisiona a execução do Plano Divino. Um olhar atento a nossa história nos leva a perceber a presença estratégica, ao longo do tempo e do espaço geográfico, de personagens iluminados, tidos como avatares, desde a Antiguidade, que vêm impulsionar o desenvolvimento da Humanidade em todos os aspectos: intelectual, social e moral. Como exemplos, temos Krishna (Índia – 3.000 a.C.), Lao Tsé (China – 1.300 a.C.), Moisés (Egito e Oriente Médio – 1.290 a.C.), Buda (Nepal/Himalaia – 600 a.C.), Confúcio (China – 550 a.C.), Sócrates (Grécia – 469 a.C.), Aristóteles, Jesus, Maomé... Mais recentemente, podemos citar Gandhi, Martin Luther King, Mandela, que lutaram pelos direitos humanos, promovendo importantes avanços sociais e políticos; Madre Teresa, Francisco Xavier, que trouxeram influências no mundo pelo exemplo de abnegação, humildade e amor; além de muitos outros, com papel de destaque em esferas locais e regionais, e os grandes mestres das Ciências e suas descobertas.

       Entre os judeus, diversos profetas (Moisés, Davi, Isaías, Jeremias, Daniel, Ezequiel, Miqueias, Zacarias, Malaquias) anunciavam o Messias, filho de Deus, que viria trazer grandes transformações, justiça e amor. Buda, Jesus e outros também propagaram a vinda de continuadores à obra de execução do Plano Divino na Terra.

“Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, que sair das tuas entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao Meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino. Eu Lhe serei Pai, e Ele Me será Filho. ...” 
Samuel (II, 7: 12-14)

“Não sou o primeiro Buda que existiu na terra, nem serei o último. No tempo devido outro Buda levantar-se-á no mundo, um santo, um ser divinamente iluminado...”  
Buda

E eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador (...) a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” 
Jesus (João, 14: 15 a 17 e 26)

       Tudo isso representa alguns exemplos que apoiam a percepção de que o Plano Divino contempla todas as criaturas e que o tempo para sua realização é longo, até se confundir com a eternidade, uma vez que a perfeição até Deus é infinita. Deus não tem pressa! Por isso, é imprescindível que haja a sucessão de experiências (vidas) aqui na Terra. Afinal, o que se consegue individualmente em uma vida de apenas cem anos? O que a Humanidade como um todo conseguiu nesses milhares de anos? Individual e coletivamente, estamos ainda tateando na escuridão da ignorância em busca da luz, da perfeição.

       Embora mais de 5 bilhões de pessoas aceitem a ideia da reencarnação – tema tão antigo quanto Pitágoras, Empédocles, Sócrates, Platão, Apolônio, e que é natural para a maioria das filosofias orientais –, no Ocidente algumas religiões conservadoras relutam em considerá-la e estudá-la, temerosas talvez por terem de abrir mão de princípios cristalizados, ainda que a própria Bíblia, em que essas igrejas se fundamentam, em várias situações a ela faz referência. Felizmente, tudo parece convergir para essa compreensão. Sem dúvida, em breve tempo, a própria Ciência cuidará de demonstrar sua naturalidade.

“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei.”
(Allan Kardec)

“Em verdade, em verdade vos digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo.” (...) “Tu és mestre de Israel e não sabes disso?” 
Jesus (João, 3: 1 a 12)

“É verdade que Elias deve vir e restabelecer as coisas; mas eu vos declaro que Elias já veio e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. É assim que eles farão sofrer o Filho do Homem. 
Jesus (Mateus, 17: 10 a 13)
Então os discípulos compreenderam que ele lhes falara de João Batista. 

“Se quiserdes compreender o que vos digo, ele mesmo (João Batista) é o EIias que há de vir. Ouça-o aquele que tiver ouvidos de ouvir.” 
Jesus (Mateus, 11: 12 a 15)

       Ainda com base na Bíblia, se os profetas anunciavam ao povo de sua época a vinda do Messias, que traria a solução de muitos de seus problemas, um reino de justiça, com que propósito alimentavam a esperança dessas pessoas se o Messias só chegaria centenas de anos depois, quando nenhuma delas estaria mais aqui? Também Jesus prometeu a seus contemporâneos o Consolador, que vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. Em que momento de sua vida aquelas pessoas puderam identificar o Consolador, com as características assinaladas por Jesus? Não há outra forma de entender essas promessas a não ser com a sucessão de vidas (a reencarnação). Então, por essa compreensão, foram aquelas mesmas “pessoas” que renasceram ao tempo do Messias, presenciando-o ou recebendo sua influência; do mesmo modo que são aquelas mesmas “pessoas” ao tempo de Jesus que recebem hoje a manifestação do Consolador, por intermédio das múltiplas manifestações da Inteligência Superior que, pela mediunidade, nos esclarecem acerca de muitas coisas e nos relembram, com mais clareza, os ensinamentos de Jesus.

       Jesus, não há dúvida, “encarnou”, se fez homem, com a finalidade de renovar a mentalidade, a compreensão dos ensinamentos até aquela época, impulsionando a Humanidade no processo de desenvolvimento, apresentando-se como modelo, em todos os aspectos: no pensar, no falar, no agir, buscando a harmonia e a sintonia com as Leis do Criador.

“Não vim revogar a Lei, e sim cumpri-la.” 
Jesus (Mateus, 5: 17)

       Essa afirmação de Jesus novamente nos induz a pensar no que foi posto acima: desde os tempos mais remotos, o Plano Divino se serviu de espíritos mais esclarecidos que “(re)encarnaram” na Terra com o objetivo de acelerar o crescimento da Humanidade em todas as esferas: Ciências, Filosofia, Religião – tecnologia, medicina, comunicação, política, direito... Jesus não veio revogar, mas sim dar continuidade e aperfeiçoar a execução da Obra de Deus.

       E isso tem ocorrido sempre, de acordo com os estágios de desenvolvimento e nossa capacidade de assimilação e entendimento, ainda que em meio a guerras, epidemias, cataclismas e outras tantas adversidades a que estamos sujeitos.

       A existência desses fenômenos, na aparência negativos, de modo algum vem contrapor-se à ideia de Deus, pura bondade e justiça! Ao contrário, pois fazem parte de um processo de educação do espírito, cuja meta é levá-lo a se depurar, se purificar. Analogias como a escola, a lapidação do diamante e a escultura na pedra nos dão ideia de por que somos submetidos a tais métodos de construção e aperfeiçoamento de caráter e iluminação – a transformação de vícios em virtudes, da sombria ignorância em sabedoria e luz. O Criador, como pai amoroso, quer todos os seus filhos “formados” e felizes!

       Por princípio, Deus – detentor de todos os atributos imagináveis e inimagináveis de absoluta perfeição – não criou o mal. O mal e toda sorte de sofrimento têm sua origem e causa na imperfeição e na ignorância; portanto, naquilo que ainda está em processo de realização ou em inconsciência. Como há muito tempo ouvimos: o mal é a ausência do bem.

       Assim como uma criança comete todo tipo de erro e risco por desconhecimento e inexperiência, nós “adultos” também o fazemos, no campo da evolução, por não sabermos ainda a distinção e a vivência do bem e do amor.

       Para a compreensão desse processo, porém, faz-se necessário um olhar além de apenas uma vida, mas a toda a existência, na qual tudo se encadeia, se justifica, se completa. A Lei de Ação e Reação – “O que se planta se colhe” – se aplica ao longo da existência, na sucessão de experiências e vidas, em que somos os herdeiros de nós mesmos, confrontamos os resultados de nossas ações, respondemos por nossos erros, em relação a nós e aos outros, e somos avaliados por nosso mérito ou por nossas dívidas.

       Diante da dor e do sofrimento, procuremos a causa: se não a encontrarmos nesta vida, certamente estará em outra, num passado mais distante. E não se trata de castigo divino, mas um processo de aprendizado e desenvolvimento. Nós devemos ser os autores de nós mesmos, de nossa realização. Deus nos criou simples e incompletos para que nós nos tornássemos o mais perfeitos possível. Dotados do livre-arbítrio, respondemos por todos os nossos atos, bons e maus – ou seja, certos e errados –, corrigindo-os ou sublimando-os no tempo que for necessário.

  “Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos Céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” 
Jesus (Mateus, 7: 21 a 23)

  “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.”
 

       Não há dúvida de que, das leis universais, a principal é a Lei do Amor, pois a ela estão submetidas todas as outras – o amor engloba em si todas as virtudes. Assim observamos em toda a vida pública de Jesus, tanto no que ele pregava quanto em suas atitudes e modo de viver. Sendo ele nosso modelo, o amor é o único caminho, a verdade e a vida!

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Assim como eu vos amei, deveis vós amar uns aos outros.” 
Jesus (João, 13: 34)
      
       A vida é um eterno relacionamento. Entre nós e os outros, entre nós e a Natureza, entre nós e Deus. O amor nasce nessas relações, cresce por meio delas, e finalmente se realiza com elas.

Trechos do livro A Cabana:

       “... há milhões de motivos para permitir a dor, a mágoa e o sofrimento em vez de erradicá-los, mas a maioria desses motivos só pode ser entendida dentro da história de cada pessoa. (...) Vocês é que abraçam o medo, a dor, o poder e os direitos em seus relacionamentos. Mas suas escolhas também não são mais fortes do que meus propósitos, e eu usarei cada escolha que vocês fizerem para o bem final e para o resultado mais amoroso.”  
(A Cabana – diálogo de Deus com Mack)

         “... eu crio um bem incrível a partir de tragédias indescritíveis, mas isso não significa que as orquestre. Nunca pense que o fato de eu usar algo para um bem maior significa que eu o provoquei ou que preciso dele para realizar meus propósitos. Essa crença só vai levá-lo a ideias falsas a meu respeito. A graça não depende da existência do sofrimento, mas onde há sofrimento você encontrará a graça de inúmeras maneiras.”
(A Cabana – diálogo de Deus com Mack)

         “... meus propósitos não existem para o meu conforto nem para o seu. Meus propósitos são sempre e somente uma expressão de amor. Eu me proponho a trabalhar a vida a partir da morte, a trazer a liberdade de dentro do que está partido, a transformar a escuridão em luz. O que você vê como caos eu vejo como desdobramento. Todas as coisas devem se desdobrar, ainda que isso ponha todos os que eu amo no meio de um mundo de tragédias horríveis, mesmo os que são mais próximos de mim.” 
(A Cabana – diálogo de Deus com Mack)

         Há muitas fontes de informação, esclarecimento, conhecimento. Não aproveitá-las é aninhar-se na escura inconsciência, perdendo-se no sonolento comodismo e desperdiçando a melhor ferramenta de que dispomos, a inteligência.

         Ler um bom texto é como acender um farol a iluminar o caminho para a sabedoria.

Luiz Teodoro – 18-6-2015

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ainda sobre o assédio sexual


O novo assunto que há dias invadiu a mídia e as redes sociais, culminando com o vexame do IPEA admitindo seu erro na divulgação dos índices da pesquisa, ainda dá o que falar!
A despeito da pesquisa, como sempre feita por amostragem, ouvem-se desencontradas opiniões e das mais variadas fontes.
Isso é bom, à medida que leva à discussão um tema pertinente às relações sociais, com implicação em todas as esferas que englobam o comportamento e o processo de educação, seja familiar, na socialização ou na formalidade acadêmica.
O que causa estranheza, no entanto, é ouvir digressões de pessoas que ocupam posição de destaque no cenário da educação e de formadores de opinião, dos quais sempre se espera elevado grau de discernimento e equilíbrio.
De repente, o tema passou a ser tratado de modo isolado, como se fosse o único problema que afeta nossa sociedade, sem qualquer conexão com o estado geral de incipiência cultural e pobreza moral em que vivemos.
Talvez por causa do futebol e da religião ou da política, estabeleceram-se naturalmente dois lados, dois times, dois partidos: aquele que defende a liberdade sem limites da mulher e aquele que atribui a esse comportamento – de provocar o instinto de macho – a causa única dos assédios e da violação de direitos.
Todos têm razão e deixam de tê-la quando ultrapassam os limites do bom senso e da moderação.
O jogo da sedução sempre fez parte das relações entre os sexos, desde os remotos períodos pré-históricos, e tem acompanhado de certo modo as mudanças nos padrões éticos e morais ao longo do tempo. De modo especial, isso aconteceu proporcionalmente à conquista de liberdade das mulheres, aproximando-se da igualdade de direitos com os homens, vencendo os preconceitos e as opressões.
Entre os animais irracionais também existe o jogo da sedução, à obediência do instinto, tanto de um lado como do outro. A diferença significativa, nesse caso, é que esses animais não são dotados de inteligência, razão e sentimentos, como de emoção e afeto, respeito e amor.
A violação de direitos com o assédio, como me referia anteriormente, faz parte do estado de consciência e desenvolvimento ético-moral de nossa civilização, tendo raízes comuns com outros tipos de violência, explícitos ou não, no dia a dia de todos nós. As diversas formas de preconceito, crimes de toda espécie, corrupção generalizada, pedofilia na Igreja!?...
Hoje, não só não deixamos o carro destrancado, mas também instalamos alarme e contratamos seguro. Mesmo assim, quem já não teve o carro roubado? Em casa, além das grades, temos portão eletrônico, interfone, sensor de luz e ainda pagamos o vigia noturno. Em um restaurante, não podemos deixar bolsa, carteira ou celular afastados de nossas mãos. Não andamos na rua com maleta ou bolsa que denuncie a presença de laptop; corremos risco se sairmos com a camiseta do time, com uma mochila chamativa, iPhone, iPad, máquina fotográfica...
A explicação, a meu ver, não pode ser outra senão a da semelhança que mantemos com as outras classes do reino animal. Não nos distanciamos ainda bastante no processo evolutivo para termos o domínio das forças instintivas e a sublimação dessas energias para o amor, síntese de todas as virtudes, contemplação plena de todos os direitos e deveres.
Ao contrário, usamos os recursos da inteligência e do livre-arbítrio para melhor alimentar nosso orgulho e egoísmo já exacerbados! A busca insaciável do prazer fisiológico!...
Se, ao menos por instantes, deixássemos de ser hipócritas, nos perceberíamos mais irracionais do que inteligentes e sensatos.
Com que propósito a mulher subestima a boa aparência, a elegância, a delicadeza, a simpatia, a educação e se expõe com seminudez, roupas coladas, transparentes, posturas e insinuações provocantes? Por que o apelo de forma acintosa ao instinto de macho no homem em vez da conquista de um companheiro, que compartilhe a vida, que a respeite e a veja como mulher e não apenas como fêmea? Acaso a feminilidade natural perdeu seu poder de atração?
Por que o homem vê a mulher como uma presa, simples objeto de prazer, como se fosse um garanhão em meio a uma manada de fêmeas no cio, em vez de uma mulher sensível e inteligente, que é capaz de lhe dar carinho, afeto e amor?
E por que ambos expõem sua intimidade a público – nas baladas, nas ruas, nas redes sociais, nas músicas –, banalizando sentimentos e sensações que são os ingredientes fundamentais de uma relação de amor?
Pensemos nisso. Sem puritanismo, sem preconceito, mas com honestidade, sinceridade e respeito próprio.

terça-feira, 18 de março de 2014

Até quando os super-heróis?...


Outro dia, estava eu no trânsito caótico da manhã, procurando colocar em ordem meus pensamentos, quando observei no carro da frente uma série de adesivos em seu vidro traseiro, e entre eles havia dois que me chamaram particularmente a atenção:
Nas mãos de Deus” e “Propriedade de Jesus”.
Sem dúvida de que o dono do carro declarava publicamente sua fé, que até poderia ser incondicional, mas, convenhamos, ele e tantos outros fanáticos por adesivos e proselitismo de sua crença demonstram também uma fé ainda carente de racionalidade.
Na Antiguidade, o povo judeu esperava o Messias, anunciado pelos profetas como o libertador, o salvador, que foi aguardado com ansiedade por séculos e séculos como um super-herói. Sim, desses que vêm, com todos os seus superpoderes, e resolvem rapidinho todos os nossos problemas. Assim, simples, sem qualquer participação nossa, a não ser como meros expectadores. Muitos judeus ainda continuam esperando por ele.
E hoje também nós, cristãos e não cristãos, entre os arquétipos e tudo que herdamos dos judeus, alimentamos esse hábito obsessivo de sempre depositar nossas esperanças em um novo super-herói. Se um não funciona, criamos outro e outro, sucessivamente. Mesmo quando eles vêm, não os reconhecemos e não os aprovamos, porque não nos atendem do jeito que desejamos.
Em pleno século 21, nada parece ter mudado para as grandes massas religiosas. Queremos avatares na política, na economia, na sociedade. Queremos que Jesus esteja a nosso serviço, que nos arrume emprego, que pague nossas contas e conserte nossos erros, que nos torne ricos... até mesmo que seja o seguro de nosso carro.
E qual nossa contrapartida? Apenas fé. E ainda assim com a condição de que tudo realmente esteja bem, tranquilo e confortável!...

Até quando permaneceremos nessa inconsciência, na ignorância do propósito de Deus em relação a nossa vida e nosso destino?
É tão difícil entender que, atendendo a nosso sentimentalismo e caprichos infantis, Deus estaria revogando suas próprias leis?
Acaso pretendemos que Jesus e os Espíritos celestiais contrariem as leis divinas nos fazendo concessões, em conformidade com a intensidade de nossas emoções e rogos de crianças mimadas ou nossa fé chantagista?
As leis divinas, imutáveis e eternas, absolutas e justas, cujo objetivo é de nos guiar na execução do plano do Criador – de nos tornarmos perfeitos e felizes – jamais dispensariam o trabalho, o esforço, a responsabilidade, o mérito, a recapitulação e o progresso.
Meu carro é uma propriedade minha – por concessão divina, é verdade – pela qual sou responsável, desde sua manutenção até as mínimas consequências resultantes de seu uso. Só a partir daí, poderei então contar com a proteção divina, seja direta ou indireta.
O emprego deve ser uma conquista minha, com meu esforço, que começou lá na infância, com a dedicação aos estudos, com a humildade e a observância das orientações que recebi ao longo de toda a minha vida. Com o merecimento e por misericórdia, sim, poderei contar com o auxílio de Deus e seus prepostos.
E assim por diante. Sempre de acordo com a equação composta por trabalho, mérito e conquista. Justiça e Amor.
Deus é bom, mas é justo.
“Ajuda-te e Deus te ajudará.” Sem privilégios, sem chantagens, sem milagres, sem super-heróis.
Pensemos nisso.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Somos seres em construção


  Como não podemos deixar de pensar, pois nossa mente não dorme nem para, vamos tecendo um emaranhado de ideias, informações, preocupações, dúvidas e projetos, cujo arquivo vai crescendo e fugindo de nosso controle. Especialmente nos dias atuais, em plena era da comunicação, com todo o bombardeio a que somos submetidos pelos novos mecanismos tecnológicos, os apelos ao consumismo e outras necessidades que inventamos ou que nos vêm através das burocracias sociais, econômicas e políticas.
            Nessa agitação toda, nos perdemos na organização de nosso universo individual, que demanda o estabelecimento de uma ordem prioritária para o atendimento aos diversos papéis que desempenhamos nos meios em que vivemos.
            Tudo seria mais fácil se tivéssemos uma estrutura da qual fôssemos conscientes e que nos facilitasse o direcionamento de nossas ocupações mentais, atendendo a nossas necessidades e anseios, desde os aspectos fisiológicos até os que dizem respeito a nosso psiquismo, englobando as emoções, o afeto, a espiritualidade.
            No entanto, essa estrutura não existe, pelo menos qualificada o suficiente para nos proporcionar bem-estar e segurança. Por que não?
            Primeiro porque não nos treinamos para isso. Na maior parte do tempo, deixamos as coisas acontecerem e nos afetarem, postergando muitas vezes sua solução, e contraindo com isso o vírus do stress.
Depois, não definimos claramente departamentos em nosso psiquismo para onde triássemos as novas ideias e informações, ou simplesmente rejeitássemos as inconvenientes. Deixamos que se acumulem registros importantes misturados aos fúteis e, pior, aos nocivos. Com isso surgem as interferências, as interpretações equivocadas, os conflitos, constituindo uma plataforma emocional nem sempre positiva.
Entre as causas dessa situação, talvez a principal seja o fato de não nos conhecermos. Não sabemos de nossa origem, nossos objetivos, desconhecemos os motivos e a finalidade por que vivemos. Ignoramos, enfim, nossa identidade. Como, então, organizar e controlar o enorme e ininterrupto fluxo de pensamentos e informações sem esses parâmetros?
            Acumulamos na memória muitas coisas desnecessárias, lembranças ruins ou inteiramente dispensáveis. Damos importância exagerada, quase exclusiva, ao mundo objetivo, ao futuro, buscando ou esperando fora de nós a solução para nossas deficiências e a satisfação de nossos desejos, à maneira do extrativista, com insaciável sede e fome de novidades.
            Esquecemo-nos. Não nos ouvimos, não conversamos com nós mesmos, não nos abraçamos, não nos sorrimos, não nos amamos.
            A partir do autoconhecimento, nossa relação com o mundo, com as pessoas e com os acontecimentos teria forma e dimensões significativamente diferentes, e melhores.
Melhoraríamos nossa capacidade de escolha, mudando o modo pelo qual os acontecimentos nos afetam e focalizando nossa atenção naquilo que realmente nos interessa.
Cuidaríamos mais de nossa defesa, filtrando as interferências, qualquer que seja sua fonte, impedindo que nos desrespeitem. Afinal, quem cuida de nós somos nós, e é de nosso interesse preservar nossa integridade, com saúde física, mental e emocional.
Devemos investir mais em nosso desenvolvimento intelectual, moral, espiritual, aproveitando melhor o tempo e a oportunidade que a vida nos oferece para nosso aperfeiçoamento.
Felizmente, agora, a própria Medicina nos recomenda cuidados que vão além da saúde puramente física, como a leitura frequente, o lazer, os exercícios físicos e mentais. No entanto, está muito aquém de atender às múltiplas necessidades dos seres tão complexos que somos.
Estamos, porém, em construção. Pensadores, estudiosos e pesquisadores constantemente contribuem para ampliar nossa percepção de nós mesmos, e a descoberta de que obedecemos a um plano – inteligente, obviamente – cujo objetivo é nossa realização, nossa completude.
Iniciamos, assim, a base do autoconhecimento. Por enquanto, utilizamos o conhecimento objetivo para esse propósito, até que consigamos construir a estrutura acima referida, a partir da qual, saberemos aproveitar todas as fontes de informação, principalmente em nossas relações sociais, assimilando os elementos que nos satisfaçam, ao mesmo tempo em que contribuiremos para o crescimento de todos a nossa volta.
Habituemo-nos a viajar para dentro de nós mesmos, buscando conhecer nossos sentimentos, nossas qualidades, valores e conquistas. Driblemos nossa mente viciada e dominada pelos interesses imediatos do materialismo e procuremos desvendar nossos próprios segredos. Não sejamos estranhos a nós mesmos. Não nos evitemos, e sim nos aproximemos, tornando esse ser nosso melhor amigo, alguém a quem realmente amamos.